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Hoje igual a ontem

Naquele dia em particular, Joaquina já estava muito aborrecida. Melhor, estava danada. Acordou com os roncos da Gracinha, tão singela que ela é, ai tão queridinha, dizem, mas tão sem maneiras a dormir, desgraçada. Os lençóis branquinhos que Joaquina ia habitualmente buscar todos os dias pelas 11h15, ao estendal que as funcionárias engendraram no pátio, não estavam lá. Já só lá estavam, aquecidos pelo sol abrasador desse dia, lençóis rafeirosos e fronhas gastas e tingidas, manchadas por cores que não o branco. Era o que faltava. Estava arreliada porque já era quase meio dia e não tinha esse assunto resolvido, o dos malditos lençóis, sim, eram seus. Pior, ia almoçar sem saber deles. E já tinha perguntado a toda a gente. “Joaquina! Vai dar um recado à Isabelinha do Góis, se faz favor, pergunta-lhe se quer sopa de abóbora ou caldo verde”. Pronto, acabou-se-lhe a paciência. Agora estava enfurecida, tinha mais que fazer do que ensaiar-se moça de recados. Mais uma vez, e curso natural das coi